Histórias

Quando foi aúltima vez que você sonhou? Melhor: quando foi a última vez que você sonhou com algo empolgante? A minha última vez foi semana passada, quando eu acordei com um bom argumento pra começar (mais) um livro.

Provavelmente ninguém sabe disso, mas eu já somo mais de três rascunhos de histórias que começaram – na minha cabeça, ou nas páginas do word – e nunca chegaram em um fim. Não acho que eu seja preguiçoso, nem desanimado com as histórias que começo a contar. Talvez eu seja um pouco desleixado. Começo a enrolar para fazerem as coisas acontecerem, ou as faço acontecer muito rápido, e ai já viu, né?! Fico sem material pra desenvolver, e acabo deixando a história de lado.

Já foi uma batalha épica entre anjos e demônios. Já foi um conto sobre dois amantes – e a futura morte dela, que nunca chegou. Já contei sobre uma alma roubada, para a sobrevivência de outra. Já escrevi até sobre uma nova raça, que na verdade era antiga e vivia entre os seres humanos, sem que ninguém suspeitasse. E agora eu estou tentando escrever sobre a colisão de dois mundos. É, eu sei. As temáticas tendem à ser meio nerds mesmo. Mas o que eu posso fazer se gosto de ficção? Pra mim flui mais fácil contar sobre criaturas místicas destruindo New York, do que falar sobre a jovem que andava de bicicleta.

Não pense que é fácil largar minhas histórias de lado. Eu só começo à escrevê-las quando estou realmente empolgado com o tema. E muitas vezes paro de pensar nelas quando essa empolgação some. O que, parando pra pensar, acontece com certa frequência na minha vida. Empolgação que vem, e empolgação que se vai. Deve acontecer com todo mundo, eu sei. Mas comigo parece que a coisa funciona na base do oito ou oitenta. Ou tá bom, ou tá ruim. Ou é preto ou é branco. Não gosto de tons de cinza. A vida seria mais fácil se fosse tudo ou bom ou ruim.

Eu até lembro que a primeira história foi desenvolvida até o capítulo cinco. O que é um grande recorde pra mim, se você pudesse colocar em uma linha do tempo tudo que já escrevi. Hoje, nesse novo “livro”, parei no capítulo dois, e já não sei como prosseguir sem parecer ridículo. Não, com certeza vai parecer ridículo de qualquer forma.

Acho que eu deveria escutar mais o que todo mundo me diz: Faz o que você quer fazer, sem se importar com a opinião dos outros. É, seria mais fácil se eu pudesse simplesmente ignorar meu senso crítico social. Quem sabe um dia eu não acabe chegando no fim de alguma história?

Prop. 8, e um belo puxão de orelha

Foi no dia 10 de Novembro de 2008, à 2 dias atrás, que os homossexuais do estado americano estadunidense da Califórnia, perderam seu direito de casar com seus respectivos companheiros e companheiras. E foi na mesma noite que Keith Olbermann, âncora do canal MSNBC, foi à público soltar um comentário que serve de puxão de orelha não só para quem votou à favor da proposta destruição de um direito da população.

As palavras de Olbemann servem para todos nós refletirmos profundamente sobre quais leis seguimos ao discutirmos relacionamentos. Se eu pudesse, faria com que todo o mundo assistisse esse vídeo e pensasse duas vezes antes de acreditar em qualquer besteira hipócrita que um batinado qualquer diz em cima de um palco.

Só queria deixar claro que, assim como Olbemann, não sou gay. Porém, tenho sim diversos amigos – que considero como irmãos – que o são, e me sinto incomodado quando comentários maliciosos são ditos. Mas devemos ter em mente que esse tipo de discussão vai acima de sexualidade, cor, credo, raça, ou o que for. É uma discussão que deve ser desenvolvida para que a humanidade como um todo se desenvolva. O que torna o amor de uma mãe e um filho diferente do amor que um homem possa sentir por outro homem? Amor não possui nível de medida. É igual e forte – quando verdadeiro – para todo mundo.

Sem querer me alongar demais, segue abaixo o vídeo e a tradução por alto que o Pablo postou em seu blog. Sem mais, reflitam.

“Alguns esclarecimentos, como prefácio: não é uma questão de gritaria ou política ou mesmo sobre a Proposta 8. Eu não tenho nenhum interesse pessoal envolvido, não sou gay e tive que me esforçar para me lembrar de um membro de minha imensa família que é homossexual. (…) E, apesar disso, essa votação para mim é horrível. Horrível. (…) Porque esta é uma questão que gira em torno do coração humano – e se isto soa cafona, que seja.

Se você votou a favor da Proposta 8 ou apóia aqueles que votaram ou o sentimento que eles expressaram, tenho algumas perguntas a fazer, porque, honestamente, não entendo. Por que isso importa para você? O que tem a ver com você? Numa época de volubilidade e de relações que duram apenas uma noite, estas pessoas queriam a mesma oportunidade de estabilidade e felicidade que é uma opção sua. Elas não querem tirar a sua oportunidade. Não querem tirar nada de você. Elas querem o que você quer: uma chance de serem um pouco menos sozinhas neste mundo.

Só que agora você está dizendo para elas: “Não!”. “Vocês não podem viver isto desta forma. Talvez possam ter algo similar – se se comportarem. Se não causarem muitos problemas.” Você se dispõe até mesmo a dar a elas os mesmos direitos legais – mesmo que, ao mesmo tempo, esteja tirando delas o direito legal que tinham (o do casamento civil). Um mundo em volta deste conceito, ainda ancorado no amor e no matrimônio, e você está dizendo para elas: “Não, vocês não podem se casar!”. E se alguém aprovasse uma Lei dizendo que você não pode se casar?

Eu continuo a ouvir a expressão “redefinindo o casamento”. Se este país não tivesse redefinido o casamento, negros não poderiam se casar com brancos. Dezesseis Estados tinham leis que proibiam o casamento inter-racial em 1967. 1967! Os pais do novo Presidente dos Estados Unidos não poderiam ter se casado em quase um terço dos Estados do país que seu filho viria a governar. Ainda pior: se este país não houvesse “redefinido” o casamento, alguns negros não poderiam ter se casado com outros negros. (…) Casamentos não eram legalmente reconhecidos se os noivos fossem escravos. Como escravos eram uma propriedade, não podiam ser marido e mulher ou mãe e filho. Seus votos matrimoniais eram diferenciados: nada de “Até que a morte os separe”, mas sim “Até que a morte ou a distância os separe”.

O casamento entre negros não era legalmente reconhecido assim como os casamentos entre gays (…) hoje não são legalmente reconhecidos.

E incontáveis são, em nossa História, os homens e mulheres forçados pela sociedade a se casarem com alguém do sexo oposto em matrimônios armados ou de conveniência ou de puro desconhecimento; séculos de homens e mulheres que viveram suas vidas envergonhados e infelizes e que, através da mentira para os outros ou para si mesmos, arruinaram inúmeras outras vidas de esposas, maridos e filhos – apenas porque nós dissemos que um homem não pode se casar com outro homem ou que uma mulher não pode se casar com outra mulher. A santidade do matrimônio.

Quantos casamentos como estes aconteceram e como eles podem aumentar a “santidade” do matrimônio em vez de torná-lo insignificante?

E em que isso interessa a você? Ninguém está te pedindo para abraçar a expressão de amor destas pessoas. Mas será que você, como ser humano, não teria que abraçar aquele amor? O mundo já é hostil demais. Ele se coloca contra o amor, contra a esperança e contra aquelas poucas e preciosas emoções que nos fazem seguir adiante. Seu casamento só tem 50% de chance de durar, não importando como você se sente ou o tanto que você batalhará por ele. E, ainda assim, aqui estão estas pessoas tomadas pela alegria diante da possibilidade destes 50%. (…) Com tanto ódio no mundo, com tantas disputas sem sentido e pessoas atiradas umas contra as outras por motivos banais, isto é o que sua religião te manda fazer? Com sua experiência de vida neste mundo cheio de tristeza, isto é o que sua consciência te manda fazer? Com seu conhecimento de que a vida, com vigor interminável, parece desequilibrar o campo de batalha em que todos vivemos em prol da infelicidade e do ódio… é isto que seu coração te manda fazer?

Você quer santificar o casamento? Quer honrar seu Deus e o Amor universal que você acredita que Ele representa? Então dissemine a felicidade – este minúsculo e simbólico grão de felicidade. Divida-o com todos que o buscam. Cite qualquer frase dita por seu líder religioso ou por seu evangelho de escolha que te comande a ficar contra isso. E então me diga como você pode aceitar esta frase e também outra que diz apenas: “Trate os outros como gostaria de ser tratado”.

O seu país – e talvez seu Criador – pede que você assuma uma posição neste momento. Um pedido para que se posicione não numa questão política, religiosa ou mesmo de hetero ou homossexualidade, mas sim numa questão de Amor. (…) Você não tem que ajudar ou aplaudir ou lutar por ela. Apenas não a destrua. Não a apague. Porque mesmo que, num primeiro momento, isto pareça interessar apenas a duas pessoas que você não conhece, não entende e talvez não queira nem conhecer, é, na realidade, uma demonstração de seu amor por seus semelhantes. Porque este é o único mundo que temos. E as demais pessoas também contam."

Por onde andei?

Então, assim… Eu confesso: eu sou bem preguiçoso pra escrever, sabe? Não me vem assunto… Essas coisas acontecem. Ai, pra piorar tudo, resolvi formatar o laptop, perdendo o programa que uso pra postar (MSN Live Writer), e a conexão wireless aqui de casa!

Calma, eu explico. Acontece que, por macumba de Oxum – ou seria Ogum? Sei lá, nunca entendi isso de religião direito… Fato é que, sabe-se lá porquê, meu laptop querido não estava sendo reconhecido mais pela rede aqui de casa. Ficava naquela maldita mensagem de AQUIRING NETWORK ADRESS, ou qualquer coisa do tipo. Até que hoje eu resolvi dar uma conferida nas configurações do roteador e tava lá: a senha que eu tava usando tava errada!

Eu mereço, né?! Passo quase duas semanas xingando Deus, o mundo, minha conexão e o notebook, pra depois descobrir que o burro na história sou eu. C’est la vie, I guess

Pelo menos pra uma coisa boa me serviu esse tempo de idade das trevas, em que não possuia a luz da internet wireless sem acessar a internet frequentemente: Comecei a ler ERAGON.

eragon cover

Eu lembro de ter visto o filme. Mas não me lembro de nada que acontece. Só lembro do dragão azul, da marca na mão, e só! Lendo o livro, eu continuei não lembrando de NADA do filme… Será que as duas versões são tão diferentes assim, uma da outra?

Pra tirar a dúvida, o filme já ta na lista do BitTorrent aqui. Mas, já adianto uma coisa: o livro tá bem bacana, viu?! 🙂